20 de novembro de 2012

Testemunho: Paul Yonggi Cho

No caos que se seguiu ao conflito da Coréia, encontrei-me entre os que lutavam pela sobrevivência. Pobre, mas persistente, trabalhava em vários empre­gos no decurso de um dia.
Certa tarde estava dando uma aula particular. Subitamente senti alguma coisa emanando-me do peito. Senti a boca cheia. Pensei que ia sufocar-me.
Abri a boca e o sangue começou a escorrer. Tentei estancar a hemorragia, mas o sangue continuava a sair-me pelo nariz e boca. Logo meu estômago e peito encheram-se de sangue. Severamente fraco, desmaiei.
Ao voltar a mim, tudo parecia rodar. Trêmulo, mal consegui chegar a casa.
Eu tinha dezenove anos de idade e estava morren­do.
Assustados, meus pais imediatamente venderam parte de suas posses a fim de levar-me a um bom hospital para tratamento. Os médicos fizeram exames cuidadosos; o diagnóstico: tuberculose incurável.
Ao ouvir esse julgamento, compreendi o quanto desejava viver. Minhas aspirações do futuro iam-se acabar antes de eu ter tido a chance de começar a viver.
Desesperado, voltei-me para o médico que dera o diagnóstico sombrio.
— Doutor — implorei — não há nada que o senhor possa fazer por mim?
Sua resposta muitas vezes ressoaria em minha mente.
—   Não. Este tipo de tuberculose é muito raro Espalha-se tão rapidamente que não ha jeito de contê-la. Você tem três, no máximo quatro meses de vida. Vá para casa, jovem. Coma tudo o que desejar e diga adeus a seus amigos.
Desolado, deixei o hospital. Passei por centenas de refugiados na rua e senti-me ligado a eles. Sentia-me totalmente só. Eu era um dos que não tinham esperança.
Voltei para casa num estado mental de total confu­são. Pronto para morrer, pendurei um calendário de três meses na parede. Por ter sido criado no budismo, orava diariamente para que Buda me ajudasse. Ne­nhuma esperança me vinha e a cada dia que passava eu ficava pior.
Percebendo que meu tempo de vida se encurtava, desisti da fé em Buda. Foi então que comecei a clamar ao Deus desconhecido. Pouco sabia eu do grande impacto que sua resposta teria sobre minha vida.
Alguns dias mais tarde, uma colegial veio visitar-me e começou a falar a respeito de Jesus Cristo. Contou–me do nascimento virginal de Jesus, sua morte na cruz, sua ressurreição e a salvação mediante a graça. Essas histórias pareciam não fazer sentido para mim. Eu não aceitava as histórias dela nem prestava muita atenção a essa jovem ignorante. Sua partida deixou–me com uma única emoção: alívio.
Mas no dia seguinte ela voltou. Voltou várias vezes, e toda vez perturbava-me com as histórias a respeito do
Deus-homem, Jesus. Depois de mais de uma semana destas visitas, fiquei grandemente agitado e repreen­di-a asperamente.
Ela não saiu correndo envergonhada nem retaliou com raiva. Simplesmente ajoelhou-se e começou a orar por mim. Grandes gotas de lágrimas escorreram-lhe pelas faces, refletindo uma compaixão estranha às minhas filosofias e rituais budistas bem organiza­dos e estéreis.
Ao ver suas lágrimas, meu coração foi profunda­mente tocado. Vi algo diferente nesta garota. Ela não recitava histórias religiosas para mim; ela vivia sua fé. Por intermédio de seu amor e lágrimas pude sentir a presença de Deus.
— Jovem —, implorei — por favor, não chore. Sinto muito. Agora conheço o seu amor cristão. Já que estou morrendo tornar-me-ei cristão para você.
Sua reação foi instantânea. Seu rosto iluminou-se e ela louvou a Deus. Apertando-me as mãos, deu-me sua Bíblia.
—  Examine a Bíblia — instruiu ela. — Se a ler fielmente encontrará as palavras de vida.
Essa era a primeira vez em minha vida que tinha em mãos uma Bíblia. Lutando com esforço para respirar, abri no livro do Gênesis.
Ela sorriu, abrindo a Bíblia no evangelho de Mateus:
—  O senhor está tão doente que se começar em Gênesis, acho que não durará o tempo suficiente para terminar o Apocalipse. Se começar com o evangelho de Mateus, acho que terá tempo de terminar.
Esperava encontrar profundos ensinamentos mo­rais e filosóficos, mas o que eu li chocou-me. “Abraão gerou a Isaque; Isaque, a Jacó; Jacó, a Judá e a seus irmãos.”
Senti-me ridículo. Fechei a Bíblia, dizendo:
—  Senhorita, não vou ler esta Bíblia. Isto é uma
história de um homem gerando outro. Preferiria ler uma lista telefônica.
— O senhor não reconhece esses nomes agora — respondeu ela. — Mas à medida que continuar a leitura, esses nomes terão significação especial para o senhor.
Encorajado, comecei a ler a Bíblia de novo.
Ao ler não encontrei filosofias nem teorias sistema­tizadas nem ciência médica nem quaisquer rituais religiosos. Mas encontrei um tema marcante: a Bíblia constantemente falava a respeito de Jesus Cristo, o Filho de Deus.
A iminência de minha morte tinha-me levado à compreensão de que eu precisava de algo maior do que a religião, mais profundo do que a filosofia e mais alto do que a simpatia pelas tribulações da existência humana. Precisava de alguém que partilhasse minhas lutas e meus sofrimentos; alguém que pudesse dar–me a vitória.
Mediante a leitura da Bíblia descobri que esse alguém era o Senhor Jesus Cristo:
Essa Pessoa chamada Jesus Cristo não apresen­tava uma religião, um código de ética, nem uma série de rituais. De um modo profundamente prático, Jesus trazia a salvação à humanidade. Odiando o pecado, Cristo amava o pecador, aceitando a todos os que a ele se chegavam. Profundamente cônscio de meus pecados, sabia que precisava de seu perdão.
Cristo curou os doentes. Os enfermos vinham a ele, e ele curava a todos os que tocava. Isto trouxe fé a meu coração. Fiquei esperançoso de que ele pudesse me curar também.
Cristo deu paz aos perturbados. Ele insistia: “Tenham fé em Deus! Não se perturbem! Não há motivo para temor!” Cristo odiava o temor, mostrando que o homem nasceu a fim de viver pela fé. Cristo infundiu confiança, fé e paz aos que foram a ele pedindo ajuda. Essa tremenda mensagem emocionou-me o coração.
Cristo ressuscitou os mortos. Nunca encontrei um incidente na Bíblia em que Cristo tivesse dirigido um culto fúnebre. Ele trazia os mortos de volta à vida, transformando os funerais em magníficas ressurreições.
E o que mais sobressaía em minha mente era a misericórdia de Cristo para com os possessos do demônio. Durante a guerra da Coréia muitas pessoas perderam as famílias e os negócios. Sofrendo de esgotamentos nervosos, muitos tor­naram-se completamente possessos pelo diabo. Destituídos de abrigo, andavam sem rumo pelas ruas.
Cristo estava pronto até mesmo para enfrentar esse desafio. Ele expulsou os demônios e restau­rou os possessos à vida normal. O amor de Cristo era poderoso, tocava a vida e as necessi­dades de todos que vinham a ele.
Convencido de que Cristo Jesus estava vivo, e movido pela vitalidade de seu ministério, ajoelhei-me. Pedi que Cristo entrasse em meu coração e me salvasse, me curasse e me livrasse da morte.
Instantaneamente a alegria da salvação e a paz do perdão de Cristo me envolveram. Sabia que estava salvo. Cheio do Espírito Santo, levantei-me e gritei:
“Glória seja dada ao Senhor!”
Dessa hora em diante li a Bíblia como a pessoa que está morrendo de fome digere seu alimento. A Bíblia provia fundamento para toda a fé de que eu necessita­va. A despeito do prognóstico e dos antigos sentimen­tos de temor, logo fiquei sabendo que ia viver. Em vez de morrer em três meses, levantei-me do leito da morte em seis.
Desde esse dia tenho pregado o evangelho dinâmi­co de Jesus Cristo. A garota, cujo nome jamais vim, a saber, ensinou-me o nome mais precioso que jamais conhecerei.
Através dos anos Deus tem-me ajudado a compre­ender vários princípios importantes de fé. Esses são os princípios que partilho com você nos capítulos que se seguem, para que você possa entrar numa dimen­são mais profunda e numa vida mais abundante.
Cristo jamais muda. Ele é o mesmo ontem, hoje e para sempre.
Cristo deseja carregar seus fardos. Jesus pode perdoar-lhe e curá-lo. Ele pode expulsar Satanás e dar-lhe confiança, fé e paz.
Cristo deseja dar-lhe a vida eterna a fazer parte do seu viver diário. Ao passo que os ladrões vêm para matar e destruir, Jesus Cristo vem para dar vida, completa e livre.
Mediante a presença do Espírito Santo, Jesus está com você neste instante. Cristo deseja curá-lo e libertá-lo da morte. Ele é o seu Senhor redivivo. Coloque sua fé em Jesus Cristo e espere um milagre hoje.

Fonte: David Paul Yonggi Cho - A Quarta Dimensão


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